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Não, eu não tenho um bebê natureba. Mas estou em um país onde há cada vez mais bebês naturebas, de forma que está sendo muito divertido observá-los e anotar coisinhas no meu bloquinho de anotações enquanto passeio pelos parquinhos da vida. Acho brega justificar a criação de um blog, so 2004, mas lá vai: pelo mesmo motivo que criei o meu outro blog, criei esse para compartilhar os assuntos teutônicos da maternagem natureba. Entendeu?

Quando Valentin nasceu, escrevi esse texto para o Blog do Noblat (publico lá toda quarta-feira), o qual vou colar aqui agora. Na época os assuntos naturebísticos alemães já me interessavam muito. Hoje, quase 10 meses de muita vivência materna depois, as pautas (poxa, quase escrevi “putas”) me interessam muito mais.

Bom proveito!

Bebê natureba

“Um pouco de leite e azeite de oliva na banheira e pronto! A pele do bebê fica macia macia. E ó, não precisa de sabão não!”. Foi com essa dica que minha vizinha me recebeu quando mencionei algo sobre banho em bebês pequenos e minha experiência nula no assunto, no dia que cheguei da maternidade com meu filho Valentin no colo.

Ah, esqueci de dizer. Minha ausência de seis semanas do blog foi por causa dele: nasceu no dia 2 de agosto, o menino. E desde meus dias de hospital venho observando curiosa como é o cuidado e a higiene com os bebês aqui na Alemanha. Ou pelo menos, qual é o último grito. Porque é tudo uma questão de moda, não é, minha gente?

Voltando. Que história é essa de azeite no banho? O Valentin vai ficar com cheiro de azeite, é isso? Pois lá fui eu tentar, afinal, era recomendação também da minha doula de plantão. E ela é toda trabalhada no esotérico, para completar.

Joguei um pouquinho de azeite na água e mais o leitinho de caixa. Uns 100 ml mais ou menos. Banho de artista, como disse minha mãe. Só se for artista de circo: a droga do azeite impregna na pele do bebê – e nas suas mãos! – e ele escorrega que nem um sabonete. Aventura orgânica de alta periculosidade!

Existe uma linha tênue entre o glamour natureba e a possibilidade de causar acidentes domésticos sérios, como por exemplo, deixar cair seu bebê no chão e sair com sequelas gravíssimas.

E o leite? Bem, esqueceu de lavar o bebê na água sem leite, vai ter que encarar um cheirinho desagradável no cocoruto dele no dia seguinte. Cheirinho de leite vencido, sabe? Uma coisa meio coalhada. Pobre Valentin.

Eu sei que sabonete resseca a pele e evito ao máximo qualquer tipo de produto de limpeza, afinal, os bebês são a definição da limpeza em seu estado mais puro e intacto. Mas azeite foi demais. Cancelei. Agora só na água. Na água, sim, eu acredito.

Aí um dia fomos no pediatra para a primeira consulta do Valentin, que estava, na ocasião, com um pouco de assadura no Po. Afinal, o que fazer, dotô?, perguntam os pais marinheiros de primeira viagem.

“Banho de assento no chá preto. Funciona que é uma beleza”. Bingo! Finalmente vamos usar a “tommy tub” (também conhecida como balde) que ganhamos de presente. Banho de balde também está na crista da onda natureba.

Um dia, ao folhear uma revista sobre bebês, vi alguns anúncios de remédios homeopáticos. Mas eram anúncios bem apelativos, com direito a Bob Esponja, ursinhos, bichinhos, arco-irizinhos, muitos inhos, tudo bem colorido e apelativo. Contemplei então em um curto espaço de tempo, a indústria da homeopatia infantil. “Pegue esse cupom e troque na farmácia mais próxima por uma amostra grátis dos globulis X!” Fui lá e troquei.

E foi assim que Valentin tomou sua primeira bolinha de açúcar.